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Imperativo?

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Maridos, que cada um de vocês ame a sua esposa, como também Cristo amou a igreja e Se entregou por ela. Efésios 5:25

Certa vez, Jorge Luis Borges, o laureado escritor argentino, declarou: “O verbo ler, assim como o verbo amar e o verbo sonhar, não tolera o modo imperativo.” Que grande verdade! Não se pode obrigar a ler, a amar ou a sonhar.

Tenho um sobrinho de nove anos que, neste momento da vida, diz estar muito preocupado porque toda a família gosta de ler e ele não.

O que podemos fazer? Resta esperar que ele compreenda quão fascinante é o mundo dos livros. Tenho outros sobrinhos que amam viajar e planejar roteiros e experiências novas. Eles têm sonhos revolucionários, os quais não são impostos por ninguém.

O mesmo acontece com o amor: ninguém pode forçá-lo.

Especialmente no casamento. Talvez a cultura, as tradições ou certas interpretações incorretas da Bíblia levem alguém a pensar que, em um casal, existe um que é superior ao outro e que essa condição lhe permite fazer exigências.

Embora existam cristãos que pensem assim, essa não é a proposta de Deus.

No amor verdadeiro não há imposição de autoridade, mas diálogo e assertividade. No amor verdadeiro não há grosserias, mas expressões de carinho e ajuda.

No amor verdadeiro não há opressão, mas esforço para que o cônjuge cresça como pessoa. Na época de Paulo, o mundo grego tinha uma relação desigual entre homens e mulheres. A verdadeira relação afetiva se dava entre amigos.

Por essa razão, Paulo sugere aos maridos que amem como Jesus nos ama (Ef5:22-33). E como Jesus nos ama? Para começar, com um amor que salva.

Cristo é o Salvador da igreja e busca o melhor para ela.

Depois, no mesmo contexto, Paulo sugere uma relação de dependência saudável em que os cônjuges aprendam a viver como companheiros em uma relação de respeito e apoio mútuos. Sua orientação é para que reine um amor que dignifique a outra pessoa e seja exclusivo, de entrega total. Um amor puro que a embeleze e que não abandone sua autoestima. Por fim, o apóstolo recomenda que manifestemos um amor que se esforce para ser permanente e que seja abundante em detalhes e cuidados.

O amor não se impõe; deve ser conquistado.

Não se exige; deve ser desfrutado.

O amor se conjuga em todos os modos e tempos verbais, menos no modo imperativo.

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