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Meu refúgio

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Tu és o meu refúgio e o meu escudo; na Tua palavra eu espero. Salmo 119:114

O jardim umedecido pela neve de janeiro parece estar sussurrando: “Lembra-se de mim?” e “Quem é você?” De fato, o frio rigoroso do inverno me manteve longe do jardim por muito tempo. O inverno é intenso e agressivo sobre a terra, mas o jardim é como um imã.

Ele me atrai. E, enquanto percorro seu chão inóspito nesta manhã, embora o ar frio deixe minha cabeça e mãos dormentes de frio, sou atraída ao meu jardim com empolgação renovada. Quero ceder a esses sentimentos dentro de mim e começar a cultivar o solo.

Quero plantar mil sementes e começar a dividir a folhagem das hostas.

Mas um vento frio passa espalhando as folhas agitadas ao redor dos meus pés e me faz lembrar que ainda estamos no mês de janeiro.

Cada folha caída e galho desnudo das árvores, cada planta perene que desapareceu, cada ramo, elevação e detritos orgânicos que se acumulam no solo do jardim – todos são símbolos de finitude e falta de esperança. Eles gritam: “Até que volte à terra, pois dela você foi formado; porque você é pó, e ao pó voltará” (Gn 3:19). O sentimento de inevitabilidade é avassalador. Mas, de repente, em minha visão periférica resplandece uma luz gentil e aveludada que emana da luminária na janela da minha cozinha. A luz vem em raios despretensiosos de ouro acobreado, derretendo a escuridão dos meus pensamentos.

Um brilho dourado flui como mel por toda a minha alma, e logo sou reavivada com otimismo e fé. Minha casa aquecida e iluminada me faz lembrar as promessas de Deus.

Ele é a luz de onde a humanidade deriva vida.

Ele é nosso lugar seguro de refúgio das tempestades da vida.

“Porque, assim como, em Adão, todos morrem, assim também todos serão vivificados em Cristo” (1Co 15:22).

Olga Valdivia

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