Obediência incondicional

Cresci ouvindo a seguinte frase: “A verdadeira obediência acontece na ausência, e não na presença.” Lembro-me de que, quando íamos brincar na casa de alguém, essas palavras vinham nitidamente à nossa mente. Parecia que tinha um eco nos seguindo, o que fazia com que nos comportássemos de maneira digna de um filho de “dona Valda”.

Minha mãe era muito enérgica conosco.

A obediência sempre foi algo desafiador para o ser humano.

Desde o Éden, não somente contemplamos, mas também vivenciamos ainda hoje a tragédia que sobreveio pela falta de obediência.

Se existe algo que não nos agrada é ter que abrir mão daquilo que desejamos para nos submeter à vontade alheia. Obediência pode ser definida como “submissão” à vontade de outra pessoa. Em um mundo onde o “eu” prevalece e as vontades próprias são mais importantes do que o próximo, é raro encontrar obediência e submissão.

Certa vez, deixei minha filha, Ana Beatriz, assistindo a um desenho enquanto fui rapidamente à padaria. Ao retornar, percebi que a TV estava desligada.

Curiosa, perguntei o que havia acontecido, e então ela explicou que tinha desligado a TV assim que havia começado o desenho sobre o qual falei que não era bom que ela assistisse. Fiquei pensando na decisão sábia que ela havia tomado, pois tinha escolhido obedecer a despeito de qualquer desejo próprio, de qualquer capricho.

Como não me lembrar da decisão sábia e certeira dos amigos de Daniel quando foram ameaçados de serem jogados na fornalha ardente? E do relato do fiel e obediente José ao ser assediado pela mulher de Potifar e dizer: “Como poderia eu pecar contra o meu Deus?” Isso nos mostra que a nossa obediência e fidelidade a Deus devem ir além da nossa pretensão, dos nossos desejos ou do que idealizamos de Seus feitos por nós.

Deus sempre quer o nosso melhor (Jr 29:11).

Que hoje possamos escolher Lhe obedecer incondicionalmente.

Maria Aparecida Costa Oliose