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Caído contra a porta da frente, meu filho de três anos de idade chuta para longe minha oitava tentativa de calçar os sapatos em pés que não param.
Dou uma pausa e sonho em entrar no carro logo após dizer: “É hora de ir!” Olho para meu filho mais novo para me assegurar de que ele não está tirando seu calçado dos pés enquanto espera. Voltando-me ao meu filho de três anos, tento novamente, usando lógica: – Querido, você está querendo ir ao parque desde cedo. Lembra como você odeia machucar seu pé quando você anda sem calçado? Com relutância, algo parecido com um consentimento implícito acontece, e finalmente conseguimos sair de casa para nossa aventura.
No parque, enquanto meus meninos estão correndo felizes no local forrado de cavacos de madeira, tenho a oportunidade de processar nossa “rotina” antes de sair de casa. Por que ela sempre se assemelha a uma batalha? Por que meu filho de três anos não percebe quanta liberdade tem depois de calçar seus sapatos? Ele ama fazer qualquer coisa ao ar livre, mas há dias em que nos atrasamos tanto que acabamos perdendo a chance de aproveitar o sol ou usufruir do tempo de sombra. Precisamos estar prontos quando chega a hora.
Girando o talo de uma folha de ácer, percebo o quanto amo a sensação de suas pontas dançando entre meus dedos. A brisa gentil dissipa minha frustração e me leva a refletir mais profundamente. Será que estou tratando Deus da mesma maneira que o meu filho de três anos às vezes reage a mim? Quantas aventuras Deus tem desejado que eu vivencie, enquanto eu acabo me atrasando para ficar pronta ou até me recuso a sair de casa? Eu amo vivenciar momentos com Deus. Oro para que Ele me ensine a amar meu semelhante como Ele o faz.
Mas será que estou preparada, como Ele pediu que eu estivesse? O ritmo do rangido da corrente do balanço torna a lição ainda mais profunda.
O medo de ser punida ou o pavor de falhar agem como verdadeiros objetos “espetando” minha fé desprotegida e tenra. Deus deseja que meu coração se alegre na paz e liberdade que Seu amor ganhou para mim por meio da vida e morte de Jesus.
Depois de receber a substituição incondicional de Deus por mim, posso correr pela vida transbordando de alegria! Deus está preparando Sua igreja para participar da última corrida até a linha de chegada. Eu escolho me preparar com paz, paciência e perseverança, confiando no que Jesus fez, mas sem perder de vista a justiça de Cristo, enquanto espero que os outros também fiquem prontos. Nossa aventura está diante de nós; é hora de calçar os sapatos!
Jessica Earl