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Visita a uma prisão

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Quem nos separará do amor de Cristo? Será a tribulação, ou a angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo ou a espada? [...] Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá nos separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor. Romanos 8:35, 38, 39

Mulheres na prisão é muito triste.

Na África, vi e senti essa tristeza.

Muitas estão ali sem justificativa nenhuma ou simplesmente porque ninguém se importa com elas. Algumas permanecerão ali com poucas chances de ser libertadas.

Certa vez, fiquei preocupada com um convite para falar a mais de 200 mulheres aprisionadas. Buscando conselhos de amigos e orando fervorosamente, decidi meu tema: “Nada pode nos separar do amor de Deus.” Assim, fui até a prisão acompanhada por uma equipe de médicos missionários. As mulheres dormiam em colchões finos no chão de quatro dormitórios de concreto, e cada uma delas tinha um pequeno cobertor cinza.

Quando perguntei onde estavam os travesseiros, elas simplesmente deram risada. Bem no alto, uma abertura com barras de metal permitia a circulação do ar e a entrada de luz. Tinta descascando e rabiscos desfiguravam as paredes.

Algumas das mulheres tinham bebês que dormiam em berços no berçário – isto é, até que eles completavam quatro anos de idade e eram levados para viver com membros da família ou em um orfanato. Todas as mulheres usavam um uniforme listrado com uma ou duas letras estampadas na frente e atrás, significando seu crime.

Crimes supostamente cometidos variavam de água fervente sendo jogada em um marido abusivo, policiais encontrando drogas ilegais embaixo do seu assento de ônibus, e chaves de carros ou computadores (roubados pelo marido que havia fugido) sendo encontrados na residência. O barulho de mais de 2 mil homens, alguns deles maridos, podia ser ouvido pela parede de madeira que separava as prisões. Lindos bebês passeavam e brincavam na grama desgastada. Uma banana dada para cada mãe era um presente especial para seu bebê.

A fome óbvia das mulheres por alimento e liberdade espirituais era evidente.

Elas cantaram e oraram intensamente.

Acredito que Deus ouviu e aceitou sua adoração.

Fiquei admirada com sua coragem e as incentivei – embora eu me sentisse muito inadequada falando para essas mulheres preciosas – a continuar crendo que, a despeito de sua situação, nada jamais pode separá-las do amor de Deus. Acredito que elas entenderam a mensagem.

Joy Marie Butler

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