O convite – 2

Eu estava me preparando para participar da celebração especial de aniversário de uma amiga de longa data e havia permitido que distrações me atrapalhassem e me atrasassem, mas logo eu estava bem arrumada, usando um perfume doce e dando um beijo de despedida em meu esposo. Talvez o horário de saída do transporte providenciado fosse uma opção especial para as que chegassem mais cedo e as que se atrasassem também seriam bem-vindas.

Talvez eu ainda conseguisse recuperar o tempo perdido e chegar em tempo. Ao chegar no local de saída, perguntei a um dos seguranças se ele tinha visto sair algum ônibus cheio de passageiros. O pânico tomou conta de mim enquanto eu interrogava os guardas indiferentes. Desesperada, ergui minhas mãos para o alto e exclamei: “Vou perder a festa de aniversário!” Um dos guardas acordou para a vida, sorriu e disse: – Ah! Era um grupo de mulheres indo para uma festa de aniversário de 65 anos? – Eu confirmei, balançando a cabeça.

– Por que você não disse antes? – ele disse.

– Elas saíram em duas limusines alongadas um pouco depois do meio-dia! – Fiquei chocada! Eu tinha sido deixada para trás! Destino e itinerário? Desconhecidos.

– Limusines alongadas? – eu lamentei. Afastei-me rapidamente ao receber a resposta em forma de gargalhada. Foi uma luta manter certa dignidade ao ouvir a voz do guarda recontando o entusiasmo das mulheres saindo nas limusines, enquanto eu me distanciava dele. Vi o desapontamento em meus olhos pelo retrovisor enquanto eu observava os guardas olhando um para o outro, dando risada, balançando a cabeça e retornando às obrigações deles. Aquilo tinha sido simplesmente uma diversão passageira para eles.

O silêncio zombava de mim.

A insignificância dos presentes baratos e cuidadosamente embrulhados e a significância da minha presença (ou melhor, da minha ausência) como amiga de mais longa data ficaram obviamente evidentes. Soluçando, prossegui em direção à minha casa e à censura autoinfligida. O fato de que eu não chegaria em uma das limusines era devastador.

Ao longo dos anos, minha amizade com a aniversariante tem continuado a existir no pano de fundo da nossa vida, vindo à tona em momentos de necessidade ou reflexão. Ela ligou perguntando onde eu estava.

A festa era a mais de uma hora de viagem, em uma área rural afastada e desconhecida nas montanhas. De volta ao lar, fiquei agradecida quando meu esposo não fez comentário nenhum. Minha amiga, você está convidada a participar de uma celebração triunfal, para a qual nenhum preparo é necessário, exceto o de seu caráter. Sua presença é o único presente que Ele quer. Seu convite foi selado com o sangue do Cordeiro e é imensurável. Esteja pronta!

Marea I. Ford