Minha mão na Dele

Certa manhã nublada e de pista escorregadia de inverno – muito comuns em Montreal – enquanto eu me dirigia para o trabalho, avistei uma garotinha de cerca de cinco ou seis anos de idade que se aproximava na direção oposta.

Ela segurava a mão de um homem que presumi ser o pai.

Eles caminhavam pacificamente lado a lado quando, de repente, um dos pés daquela menina escorregou tão rápido que o outro pé não teve tempo de se apoiar apropriadamente. Numa fração de segundo, ambos os pés da garotinha escorregaram em uma posição um tanto quanto desajeitada, e ela foi para o chão.

Não havia nada de inusitado naquela situação, pois ela se repete constantemente durante o inverno. Entretanto, o que me chamou a atenção foi que, durante todo aquele acontecimento, a mão daquela garotinha e a do homem não se soltaram em momento algum! Eu esperava talvez ouvir alguma expressão de surpresa de algum deles ou talvez um grito de susto e dor da menina. Em vez disso, o que eu vi e ouvi foi uma certa expressão de surpresa de ambos, uma risada expressiva da garotinha – e durante todo o tempo, as mãos deles continuaram firmemente seguras uma à outra. Por fim, o homem disse algo do tipo: “Ainda bem que eu estava segurando sua mão!” O momento foi breve e continuamos cada um caminhando para seu destino aparentemente alheios à existência um do outro.

Mas fiquei com uma imagem poderosa em minha mente: Quantas vezes já escorregamos e caímos ao longo dos caminhos sinuosos da vida? Onde estavam nossas mãos em tais momentos? Será que estávamos, como um patinador, tentando nos equilibrar com nossas mãos, às vezes, próximas ao nosso corpo e, outras vezes, abertas o máximo que podíamos? Fez alguma diferença em nossas reações às quedas quando estávamos fazendo tudo sozinhas em comparação a quando sabíamos que espiritualmente nossas mãos estavam firmemente seguras nas mãos de Deus? Às vezes, sentimo-nos tão seguras espiritualmente que baixamos a guarda a tal ponto de levar um escorregão, ou mesmo uma queda. Isso pode nos pegar completamente de surpresa. As palavras de uma música infantil me vêm à mente: “Com Cristo no meu barco, posso rir do temporal.” Minha oração hoje é: Senhor, coloco minhas mãos nas Suas.

Sei que a vida apresenta muitos caminhos e situações escorregadias, mas também sei que, com o Senhor, estou segura. Faço a mesma oração por você.

Doreen Evans-Yorke