A ponte

Aquela foi uma das caminhadas mais apavorantes que já fiz.

A ponte balançava a cada passo que eu dava.

Meu sobrinho Zachary, de três anos de idade, saltitava alegremente sobre a ponte, sacudindo-a ainda mais. Até pensei em voltar atrás, mas fiquei com vergonha de expor o meu medo para as outras pessoas que estavam comigo.

Agarrei-me nas barras laterais de proteção e fui caminhando a passos lentos, cambaleando como um bêbado a cada movimento que a ponte fazia.

Fiquei superaliviada quando cheguei ao outro lado, mas aí me disseram que no caminho de volta passaríamos pela mesma ponte! Fiquei olhando para os quase 140 metros da Ponte Suspensa de Capilano, na cidade de Vancouver, estado da Colúmbia Britânica, no Canadá. Será que eu teria coragem para caminhar de volta? Enquanto eu estava sentada ali tomando coragem, falei para o meu marido, Henry, sobre meu medo.

Foi aí que alguém sugeriu: – Tire as sandálias.

Assim, com as sandálias na mão, fui voltando devagarinho pela ponte oscilante. Dessa vez, fiquei com menos medo, pois os meus pés estavam em contato direto com as pranchas de cedro da ponte. Então, consegui perceber uma pequena cachoeira escorrendo pela parede do cânion e achei linda a vista do rio, que passava muito abaixo de nós.

Provações, adversidades ou o luto podem balançar a “ponte” da vida.

Nós a atravessamos usando as “sandálias” do medo, da preocupação, da incerteza, das pressões no trabalho, da solidão, ou do que mais nos impedir de ter contato direto com Deus. Muitas vezes, nos apegamos à segurança das “barras de proteção” que construímos para nós mesmas: um emprego estável, uma clínica médica de sucesso, uma empresa em crescimento, ou uma aposentadoria generosa. Ainda assim, apesar dos sucessos conquistados, as forças que podem balançar a ponte da vida nos amedrontam.

Diante das incertezas que nos cercam, temos Alguém que nos convida a tirar as nossas sandálias e as entregarmos para que Ele carregue.

Precisamos ter coragem. Pois o Senhor nos diz: “Não tema, porque Eu estou com você. […] Eu lhe dou forças; sim, Eu o ajudo; sim, Eu o seguro com a mão direita da Minha justiça” (Is 41:10). Que linda jornada podemos trilhar quando temos contato direto com Deus e confiamos Nele para nos guiar pelo caminho! “Lance os seus cuidados sobre o Senhor e Ele o susterá; jamais permitirá que o justo seja abalado” (Sl 55:22).

Evelyn Porteza Tabingo