Não é justo!

Senhor, por que não me ouves? Tenho orado essa mesma oração inúmeras vezes e parece que Tu não estás ouvindo! As minhas orações não passam do teto! Não consigo ver justiça no que estás fazendo! Simplesmente não é justo! Quantas vezes você se sentiu tão frustrada que quis jogar a responsabilidade em Deus para aliviar suas emoções? Entender que a natureza humana, sendo o que é, não mudou muito com o passar dos séculos me traz conforto.

Habacuque, o profeta que escreveu seu curto livro seiscentos anos antes de Jesus nascer, registrou sua frustração com Deus: “Até quando, Senhor, clamarei pedindo ajuda, e Tu não me ouvirás?” (Hc 1:2). E ele foi corajoso o suficiente para reportar (caso Deus não tivesse visto!): Que “há litígios e surgem discórdias […] e assim a justiça é torcida” (v. 3, 4).

Acredito que os ombros de Deus são fortes o suficiente para carregar todas as nossas frustrações sem que Ele queira nos apedrejar! Mas também estou certa de que Ele não quer que nos afundemos nas frustrações. Habacuque era sábio o bastante para voltar a si depois de “vomitar” suas frustrações diante de Deus e reconhecer que Ele tinha motivos para estar chateado com os seres humanos, mas ainda assim, o profeta implorou: “Lembra-Te da misericórdia” (Hc 3:2). No capítulo 3, Deus lembra o profeta das coisas especiais que Ele havia feito e que faria no futuro. Para Habacuque, aquelas palavras trouxeram confiança no cuidado de Deus e ele expressou nos três últimos versos do capítulo: Quando as colheitas falhassem, ou quando as dificuldades o cercassem – e aqui está o gancho – ele não iria culpar Deus.

Ele se lembraria de que o Senhor ainda está no controle.

Contaria suas bênçãos e se alegraria com o dom da salvação.

Adoraria ao Senhor por sempre ser a sua força. Podemos aprender algumas coisas por meio da experiência de Habacuque: (1) Deus é grandioso para lidar com nossas reclamações e preocupações – e todas nós as temos! (2) Lembre-se deste ponto crucial: “O Senhor […] está no Seu santo templo” (Hc 2:20). (3) Tente se lembrar dos tempos em que você sabia que Deus estava no controle da sua vida (e pode ser uma boa ideia escrever esses momentos quando eles ocorrem para que você possa relembrar depois). (4) Mesmo quando não conseguimos compreender por que estão acontecendo coisas ruins em nossa vida, podemos entregar os nossos desafios nas mãos de Deus e nos regozijarmos em nosso Salvador!

Roxy Hoehn