Lições de um furacão

Meu bairro fica perto de uma represa e, conforme as chuvas atingiam nossa cidade, a água estava quase alcançando a borda da represa.

Logo, o delegado e os policiais vieram nos avisar que teríamos que evacuar o local. Eles nos informaram sobre a situação da represa e disseram que as chuvas iriam fazer a barragem transbordar, inundando nosso bairro.

Eles insistiam que era obrigatório evacuar as casas que ficavam nos fundos da nossa subdivisão. Mas enquanto eu ouvia os detalhes que estavam sendo explicados, comecei a prestar atenção nos rostos zangados dos meus vizinhos.

Foi aí que os policiais mudaram o tom de voz: – Ou vocês evacuam a área, ou nem precisam nos telefonar quando a represa ceder. Muitos vizinhos ficaram chateados.

Eles não queriam sair das suas casas e também não estavam contentes com a maneira pela qual os policiais estavam nos tratando.

No dia seguinte, os policiais voltaram e cortaram a eletricidade das casas que corriam maior perigo. Depois, forçaram os moradores a sair.

Sabe o que é interessante nessa experiência? Muitas de nós somos como os meus vizinhos. Deus nos deu Seu amor. Mas muitas se recusam a aceitá-lo.

Ele nos manda avisos, mas nós os ignoramos.

A Bíblia nos traz vários exemplos de pessoas que não obedeceram à Palavra de Deus. Mesmo assim, ignoramos aquela Voz que fala constantemente conosco, fugindo para o lado oposto. Acaso sabemos mais do que Deus? Por que entramos em relacionamentos dos quais sabemos que a pessoa é totalmente errada para nós? Por que compramos coisas que o Espírito Santo nos diz para não comprarmos? Meus vizinhos lutavam contra as pessoas que estavam tentando ajudá-los. Porém, nós também fazemos o mesmo.

Lutamos com Deus para fazer as coisas do nosso jeito, em vez de perguntarmos o que Ele quer que façamos. Embora eu compreenda que a evacuação era inconveniente, também entendo que essa era uma medida para nos proteger.

A bênção era que todas as pessoas que conheço estavam orando para que a represa não transbordasse.

Deus protegeu nosso bairro e nem uma gota sequer saiu daquela barragem.

Paula Sanders Blackwell