O dom do amor

Algum tempo depois que meu divórcio foi finalizado, no início dos anos 1990, voltei a namorar, porque minhas amigas diziam que eu tinha que voltar a me relacionar! Mas, quando você já não sabe quem é, começa a atrair o tipo de homem que quer evitar.

Por isso, acabei decidindo ficar sozinha para sempre.

Nessa época, aceitei uma viagem com tudo pago para a África do Sul.

Enquanto eu estava lá, conheci Sibusiso Victor Masondo, um músico muito conhecido. Minha empresa tinha sido contratada pela Warner Brothers para ser a produtora executiva de um projeto musical sul-africano/afro-americano para celebrar a “recém-democrática” África do Sul. Contratei Victor porque eu precisava de um produtor musical que conhecesse bem a música do país dentro do contexto do apartheid, assim como a divisão racial centenária e a dor consequente e imensurável que havia resultado daquela circunstância.

Durante os nossos muito telefonemas – estritamente profissionais – passei a apreciar cada vez mais o profissionalismo dele e seu senso de humanidade.

Em uma das nossas conversas, sobre um assunto do qual não me lembro, ele perguntou: – Como isso faz você se sentir? Ele queria saber como eu me sentia sobre algo, não apenas o que eu pensava. Como ele consegue pensar tanto nos outros, pensei, quando ele havia sofrido um luto tão intenso durante a guerra no seu país? Mas Victor não tinha amargura no coração e tinha escolhido usar a dor para seguir em frente e para melhorar o futuro do seu país. Até hoje fico impressionada com a calma, a coragem e a maneira pela qual ele aceita o que aconteceu. Também notei que ele sabia como ajudar as pessoas a recuperar a dignidade e a autoestima. Notei ainda que Victor sempre tentava compartilhar sua fé de um modo simples, pois dizia: – Posso lhe apresentar Aquele que me ajudou a superar tudo isso? E foi assim que nossa história de amor começou. Hoje, depois de muitos anos de casados, é gostoso pensar que essa história continua sendo escrita por nós dois. Victor é um grande amigo, que me incentiva a ser a minha melhor versão, além de me dar espaço para que eu me desenvolva.

Ele nunca olha o lado negativo das coisas, mas tenta sempre encontrar meios de comemorar o lado bom. A Bíblia me diz que o que eu sei hoje sobre o amor não se compara ao que será o Céu. Mesmo assim, nunca fui tão amada aqui na Terra e agora tenho a oportunidade de compartilhar esse amor com outras pessoas.

Você também pode compartilhar amor.

Gail Masondo