TIROS

Por que pessoas boas sofrem? Essa é uma pergunta que todo mundo já deve ter feito alguma vez. Encontrar uma resposta satisfatória não é nada simples.

Tempos atrás ouvi uma história que me ajudou a entender um pouquinho essa questão. João era um homem simples, temente a Deus e fiel em todos os detalhes da vida. No entanto, enfrentava muitas lutas. Ganhava pouco, e sua esposa vivia doente.

O patrão de João tinha uma vida bem diferente.

Não acreditava em Deus, vivia de forma desregrada e era violento.

Ele sempre buscava uma oportunidade para zombar de João, argumentando que, mesmo vivendo sem uma crença, era rico e tinha uma boa saúde.

“Acho que Deus não gosta de você, João! Olhe para a sua vida e olhe para a minha!”, dizia o chefe entre gargalhadas. João permanecia em silêncio diante dos gracejos. No fundo, eram bons amigos, e ele sabia que seu testemunho poderia ser o único contato que seu patrão talvez tivesse com as realidades da fé. Um dia, os dois saíram para caçar marrecos.

Chegaram ao lugar, prepararam tudo e ficaram aguardando o momento certo para atirar. Deram dois tiros. O primeiro foi certeiro. O marreco caiu morto.

O segundo tiro até atingiu outro marreco, mas este, ainda vivo, começou a fugir. O patrão deixou o marreco morto de lado e foi correndo atrás do que estava vivo.

E assim a caçada continuou. No final da tarde, João levou seu patrão para lanchar e propôs a seguinte explicação para a situação dos dois.

Com amor em sua voz, ele disse: “Chefe, o diabo vive nos caçando. Ele dá tiros em todos nós. O que ele quer, afinal, é nos afastar de Deus, que é a Fonte da vida. Às vezes, o tiro mata; às vezes, só abre uma ferida. O senhor é o marreco morto. Eu sou o marreco vivo. Ferido, mas vivo. O diabo corre atrás de mim porque sabe que não me abateu.” Talvez você esteja enfrentando uma provação nesses dias. É possível que o mal tenha posto você na mira.

São inúmeras as balas perdidas nesta guerra da vida.

Quer um conselho? Corra para os braços de Jesus.

Ele o receberá com um beijo e secará as suas lágrimas.

Entregue a Ele as questões que precisam de resposta, de conserto ou de cura.