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Há muito tempo, um evangelista realizou uma série de conferências em uma tribo de nativos americanos. Um dos nativos, em especial, não perdeu nenhuma pregação.
Ao final de cada sermão, o pregador fazia um apelo, e o nativo sempre se sentia tocado a responder de alguma forma. Para ele, era encantador ouvir sobre Jesus, o Deus que desceu do Céu para salvar toda a humanidade. Uma noite, ele foi à frente e entregou seu arco e flecha. Outra noite, ele se levantou e deixou diante do altar sua faca mais afiada.
Em outra noite, após a mensagem, ele levou à frente seu cavalo e o entregou ao Senhor. Até que, na última noite, após ouvir o apelo do pastor e perceber que não tinha mais nada que pudesse entregar, o nativo decidiu entregar tudo o que lhe restava: ele mesmo.
O texto de hoje lembra um dos pedidos mais complexos que Deus já fez a um ser humano. Abraão era amigo do Eterno. Aceitou o chamado divino e partiu rumo ao desconhecido.
De certa forma, o pai da fé já havia entregado ao Senhor sua agenda, seu futuro, seus planos. Mas, quando Isaque nasceu, as promessas divinas se materializaram no garoto.
Talvez, sem perceber, Abraão tenha passado a depositar suas esperanças mais no filho da promessa do que no Deus que havia prometido.
É aí que surge o pedido. Deus pediu a Abraão que entregasse o próprio filho. Embora tivesse pedido Isaque, o que Deus queria de fato era Abraão.
Diferente do que se propaga em nossos dias, Deus não está necessariamente interessado em nossos bens, em nosso tempo ou em nossas habilidades.
Ele não precisa do que temos. Ele não quer nossas coisas.
Ele nos quer. Ele não quer nos esvaziar de recursos ou de possibilidades.
É que Ele conhece o destino de quem anda pela vida com agenda, casa e coração cheios de coisas, mas vazios de significado. Ele quer nos despertar e nos completar.
Quando nos entregamos a Cristo, Ele nos devolve a nós mesmos muito melhores, a fim de que sejamos nossa melhor versão e tenhamos o melhor da vida.
Entregue-se. O futuro está garantido para quem está nas mãos do Eterno.