PORCOS

Aquele era um rapaz esforçado.

Tinha uma jornada dupla de estudos e trabalho.

Ganhava, na época, um pouco mais de mil reais.

No final do culto, ele veio me falar do seu plano.

Estava se aproximando a data de uma importante prova, um concurso para o qual ele vinha se preparando havia meses. “Pastor, ore por mim. Se passar nesse concurso, vou ganhar dez vezes mais”, ele me disse. Oramos lá mesmo, na entrada da igreja. Meses depois, o rapaz me procurou novamente. Havia passado na prova. Na ocasião do reencontro, ele já andava de carro e usava roupas novas. Continuava firme na igreja, mas as responsabilidades do novo trabalho o impediam de participar de tudo, como antes. Quando o culto acabou, ele me procurou: “Pastor, as coisas mudaram. Antes eu devolvia 100 reais de dízimo, agora são mil reais. É muita coisa. Será que, se eu devolvesse 500, já não seria uma boa ajuda para a igreja?” Eu tentei explicar para ele que o dízimo não é um tipo de ajuda que damos à igreja, mas uma demonstração de fidelidade a Deus. Ao fim da conversa, propus que orássemos novamente.

Ele gostou da ideia, mas talvez não estivesse preparado para aquela oração.

Eu orei assim: “Senhor, este jovem tem enfrentado dificuldades. Se for para a salvação dele, peço que ele perca esse emprego. Que nada neste mundo o afaste de Ti.” Quando terminamos de orar, ele estava com os olhos arregalados. Então eu lhe disse: “Deus não precisa do seu dinheiro, mas o diabo está disposto a lhe dar tudo para afastá-lo do Senhor.” Um dia, Jesus visitou a região dos gerasenos. Na chegada, Ele foi recepcionado por um homem possuído pelo mal. Diante da ordem de Jesus para que se retirassem, os demônios fizeram um pedido inusitado: “Manda-nos para os porcos.” Isso fazia parte da estratégia do diabo.

Ele queria impedir que o evangelho chegasse ao coração das pessoas que viviam ali. Para isso, tocou na fonte de renda dos moradores daquela cidade.

Será que essa estratégia não é utilizada pelo diabo ainda hoje? Muitos se afastam de Cristo quando sentem que seus recursos estão sendo ameaçados.

Preferem os porcos no chiqueiro a Jesus em seu país.

Que essa não seja sua realidade.

Permaneça fiel.