RECIPROCIDADE

Uma das expressões que mais se repetem no Novo Testamento é “uns aos outros”. Há dezenas de ocorrências. Em alguns casos, o foco é negativo.

Por exemplo: não julgar uns aos outros (Rm 14:13) e não invejar uns aos outros (Gl 5:26). Mas os principais textos que trazem essa expressão são como um mapa que orienta nossa convivência cristã. No texto de hoje, Paulo oferece dois importantes conselhos: precisamos suportar e perdoar uns aos outros para que os relacionamentos sejam possíveis.

Suportar, aqui, não significa necessariamente aguentar as características e manias dos outros. Significa dar suporte e não se incomodar em ser, às vezes, o degrau sobre o qual alguém vai necessitar subir para continuar sua jornada.

Desse ensinamento, derivam muitos outros.

O sonho de Deus é que a vida na Terra seja um ensaio para a eternidade e que consigamos viver como irmãos aqui para que o Céu seja como aquela refeição que nunca acaba, com a família ao redor da mesa. A verdade é que quem chama Deus de Pai não pode escolher irmãos. Por isso, a chave está no “uns aos outros”. Observe as expressões que aparecem na Bíblia: devemos perdoar uns aos outros (Ef 4:32), sujeitar-nos uns aos outros (Ef 5:21), aconselhar-nos uns aos outros (Cl 3:16), considerar-nos uns aos outros (Hb 10:24), orar uns pelos outros (Tg 5:16), entre outras. Mas talvez a melhor forma de traduzir o ideal de Deus para nós como família de fé esteja nas palavras de Jesus: “Amem-se uns aos outros” (Jo 13:34).

Ele disse que essa seria a marca, o diferencial visível dos Seus seguidores.

É possível que você carregue memórias negativas no coração resultantes de uma experiência destrutiva na igreja: um líder que foi insensível, um grupo que se afastou ou uma voz que se calou quando precisava defender você.

Deixe Deus realizar uma revolução do amor em sua comunidade.

Mas, e se Ele quiser começar isso com você? Escolha um dos “uns aos outros” da lista acima e comece a abençoar as pessoas ao seu redor.

Nem sempre é fácil. Mas é o único jeito que existe para nos tornarmos, de fato, irmão sem Cristo.