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“Mamãe, onde é que tem espinho?”, perguntou a garotinha de três anos.
Parecia que seus olhinhos azuis só viam a rosa que tinha nas mãos.
Mas sua voz doce não escondia um tipo de certeza incomum para sua idade.
Ela sabia que toda rosa tem espinhos.
Não demora muito para percebermos a presença de espinhos nas flores.
Além de sentirmos a leveza das pétalas, nossas mãos também são marcadas pelos lancinantes intrusos que acompanham algumas flores.
Espinhos são consequência do pecado e representam as adversidades que a vida nos impõe. Parece até pessimismo, mas a vida é assim: colhemos flores e recebemos junto espinhos. As alegrias não duram para sempre aqui.
Os dias de sol também anoitecem.
Pessoas que amamos às vezes decepcionam.
Riso e lágrima vão se alternando no palco da existência.
O espinho é o preço da flor. É preciso aprender a colher as flores no jardim da vida. É preciso, sobretudo, conhecer o Jardineiro e a história do primeiro jardim.
No plano original, as flores não feriam ninguém.
Mas uma escolha mudou tudo.
O que era delicado passou também a ferir.
No entanto, o fracasso humano se encontrou com a graça divina.
Um dia, em outro jardim, Jesus mudou o destino das coisas.
Ao sofrer no Getsêmani e, no dia seguinte, morrer no Calvário, Jesus podou nossas nódoas e removeu nossos cardos. Aquela coroa de espinhos em Sua fronte é um emblema de nossas mazelas e, ao mesmo tempo, do Seu infinito amor. A pergunta da menina não ficou sem resposta. A mãe dela disse: “Não, filhinha. Essa flor não tem espinho. O homem do jardim já tirou.” Essas palavras tranquilizaram o coração da pequena. Pensei na vida, nas flores e no sangue. Embora ainda haja espinhos e feridas deste lado da eternidade, há cura também. Podemos experimentar restauração por meio do Homem do jardim, algo que Maria escancarou para nós (Jo 20:15). Que haja flores em seu caminho neste dia. Quando encontrar uma delas, lembre-se da história e da promessa. Não falta muito. Os espinhos estão com os dias contados.