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Os Falsos Benefícios da Raiva

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Fiquem irados e não pequem. Não deixem que o sol se ponha sobre a ira de vocês, nem deem lugar ao diabo. Efésios 4:26, 27

No versículo de hoje, observamos que a ira, em si, não é pecado.

O próprio Jesus experimentou esse sentimento ao Se indignar contra alguns fariseus (Mc 3:5). Na medida certa, a ira pode até ser um sinal de santidade naqueles cujo coração não se cala diante da injustiça. Quem se indigna contra o mal reflete o caráter de Deus.

No entanto, o texto nos adverte de que não devemos permitir que o sol se ponha sobre nossa ira. O que isso significa? Que, por mais justa que seja nossa indignação, ela não pode ser sem limites. Permita-me extrair quatro orientações desse texto de Paulo: 1) Não deixemos que esse sentimento se prolongue para além do pôr do sol, ou seja, para um novo dia; 2) Não permitamos que a ira seja uma desculpa para a disputa de egos ou ressentimentos; 3) Não confundamos preconceitos e opiniões pessoais com indignação em nome de Deus; e 4) Não alimentemos zelos aparentemente justos que possam abrir espaço para o diabo. Além disso, é importante que nossa indignação não seja motivada por traumas malresolvidos.

Caso contrário, nosso sentimento perderá sua nobreza, pois não estaremos buscando justiça, mas, sim, vingança. Embora palavras como raiva, fúria e ódio sejam sinônimos de “ira”, na prática elas representam diferentes formas de expressar esse sentimento e, pode acreditar, não são compatíveis com o ensino de Jesus. Pense na raiva, por exemplo.

Pessoas raivosas “em nome de Deus” podem estar apenas encobrindo sentimentos de impotência e insegurança que lhes dão a falsa sensação de ter poder e domínio sobre o outro. Muitos, quando crianças, foram maltratados e tiveram de reprimir a raiva para sobreviver, talvez a uma violência doméstica ou relação abusiva. Ao chegarem à fase adulta, desejam liberar o sentimento que ficou preso e geralmente o fazem na forma de um rancor reprimido.

É por isso que a mesma Bíblia que autoriza a ira também nos previne contra os falsos benefícios de uma raiva travestida de justiça. A raiva limita a percepção da realidade e nos faz “beber veneno, querendo que o outro morra”. Triste, não é mesmo? Que nossa oração hoje seja: “Senhor, dá-me os mesmos sentimentos de Cristo.”

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