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Maranata

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Se alguém não ama o Senhor, seja anátema. Maranata! 1 Coríntios 16:22

A primeira vez que ouvi a palavra “maranata” foi quando me tornei membro do Clube dos Desbravadores, uma agremiação similar aos escoteiros que faz parte da Igreja Adventista. Os líderes diziam “Maranata!”, e nós respondíamos “O Senhor logo vem!” Naquele tempo, eu não sabia que essa era uma expressão aramaica, dita na língua original de Jesus. Depois, aprendi que “maranata”, na verdade, é a junção de duas palavras que, dependendo da pronúncia, podem ser lidas de duas maneiras: se o indivíduo dissesse “mārān āthāh”, estaria afirmando: “Nosso Senhor vem!” Se dissesse “mārānā thāh”, estaria desejando: “Ah, que o Senhor venha!” Na passagem de Coríntios, Paulo estaria usando o primeiro sentido, pois “maranata” é uma advertência contra os que não amam o Senhor. Porém, no final do Apocalipse, João, que falava fluentemente o aramaico, traduz o termo na forma de um anseio.

Ele transcreve: “Aquele que dá testemunho destas coisas diz: ‘Certamente venho sem demora.’ Amém! Vem, Senhor Jesus!” (Ap 22:20). Embora escrevesse em grego, João estava traduzindo para seus leitores a mesma expressão “maranata”, que certamente foi um dos mais antigos cumprimentos do cristianismo primitivo.

O fato de Paulo preservar a sentença em aramaico em 1 Coríntios mostra que, em algumas igrejas, o termo ficou técnico e não precisava de tradução.

De fato, o Didachê, um documento cristão do final do 1º século, também usava a expressão “maranata”, e João Cassiano no 4º século faz referência a ela como fórmula de oração silenciosa. Como você vê, a doutrina da segunda vinda de Jesus não é uma invenção moderna. Ela faz parte da história do cristianismo e já pulsava no coração dos crentes desde a fundação das primeiras comunidades cristãs da Ásia Menor.

A perseguição e o martírio de muitos foram amenizados por essa certeza.

Quanto tempo ainda esperaremos? Não sei.

Mas quero fazer jus à fé dos apóstolos que morreram crendo na promessa de Cristo, que afirmou: “Eu voltarei.” Que a expressão “maranata” seja, portanto, o resumo biográfico de quem somos e fale sobre Aquele que aguardamos. Amém, ora vem, Senhor Jesus!

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