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Distorções do Passado

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Irmãos, quanto a mim, não julgo havê-lo alcançado, mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que ficam para trás e avançando para as que estão diante de mim, prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus. Filipenses 3:13, 14

No mundo atual, muitos sofrem não pelas coisas que de fato aconteceram, mas pelas narrativas criadas sobre seu passado. Essas narrativas não são “mentiras claras”, mas sim distorções da verdade que os aprisionam em uma versão na qual eles mesmos acreditam. Muitas vezes, somos apenas atores representando papéis que outros escreveram para nós.

Alguns, ao ouvirem repetidamente que são imprestáveis, tornaram-se assim. De tanto se sentirem rejeitados, tornaram-se insensíveis.

De tanto se sentirem odiados, tornaram-se odiosos.

É quase impossível esquecer um passado ruim, mas saiba que existem ferramentas para aprender a lidar com ele. Seria útil lembrar que nossa vida não é determinada pelo que nos aconteceu, mas sim pela forma como narramos o que ocorreu.

Dizem que toda história tem três lados: o meu, o do outro e a verdade. Isso também se aplica a algumas experiências passadas. Não estou sugerindo que você mente ao contar sua dor, mas sim que pode estar preso a uma narrativa incompleta que não lhe oferece a consciência dos bastidores do que lhe causou mágoa. Entender as razões da agressividade de seu pai não justifica o que ele fez, mas ajuda a lidar com isso. Você pode deixar de vê-lo como agressor apenas para reconhecer nele a vítima de outras violências que ele simplesmente replicou em você. Essa consciência pode nos impedir de repetir os padrões de neurose.

Afinal, muitas crises de hoje não passam de repetições de traumas passados em um ciclo doentio que leva muitos a reproduzirem o contexto doméstico que mais os feriu na infância. Para isso, seria interessante praticar o exercício de inundar nossa mente com memórias boas que possam combater as memórias ruins. Substitua o “tornei-me insensível por causa de minha mãe” pelo “tornei-me sensível às crianças que têm um histórico semelhante ao meu”. Acredite: o bem dispensado a outros pode ser terapêutico para seus próprios problemas emocionais. Isso está longe de ser todo o processo da cura, mas pode ser o começo dele.

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