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Certa vez, alguém disse que o versículo de hoje é proibido para arqueólogos.
É claro que a fala tinha um tom bem-humorado, mas a advertência bíblica é séria e precisa ser considerada. Ela vai além do contexto histórico de Isaías.
Na meditação de ontem, falamos sobre como lidar com um passado ruim e o texto de hoje reforça isso. A ideia não é necessariamente esquecer, pois isso seria impossível, a menos que tenhamos Alzheimer. Note que o texto não diz para “esquecermos o passado”, e sim para não ficarmos nos lembrando dele. Não é ter amnésia sobre o que aconteceu.
É não transformar aquilo em um “lembrete diário” que colocamos na geladeira, no retrovisor do carro ou nos lembretes do celular. Embora a maioria de nós tenha dificuldade de colocar em prática uma relação saudável com o passado, ninguém em sã consciência diria que é errado soltar as correntes de um episódio ruim. Lembre-se: quem gosta de passado é museu, e museus não têm sentimentos! Mas, para ser coerente com o contexto literário de Isaías 43:18, devo dizer que, nessa passagem, o profeta não escreve sobre combater as lembranças de um tempo ruim. Ele manda desconsiderar um passado bom! Ali, Deus conta como resgatou diversas vezes Israel no passado, como o amou em meio às nações.
Então, abruptamente, Deus diz para Seus filhos desconsiderarem tudo isso. Por quê? Vejo duas razões aqui que também nos ajudam em nossa relação diária com o passado. Primeiramente, Deus queria que Israel entendesse que tudo o que Ele realizou é apenas uma mostra do quanto mais Ele estará disposto a fazer se continuarmos confiando em Sua providência.
A glória do passado não se compara ao que está por vir.
Em segundo lugar, tanto Israel quanto nós não devemos nos prender excessivamente às coisas boas do passado, a ponto de negligenciar qualquer desenvolvimento no presente.
Há pessoas que vivem dizendo o que fizeram, como eram animadas quando conheceram Jesus, mas hoje não agem de acordo com aquilo que antes as distinguia.
Isso serve também para o casamento, para o trabalho e até para a rotina da pregação. Como estão esses aspectos em sua vida hoje?