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Esaú era irmão de Jacó, mas Eu amei Jacó e desprezei Esaú. Malaquias 1:2, 3

Essa é uma passagem complexa.

Como pode Deus amar uma pessoa e desprezar outra? Afinal, não é a própria Bíblia que diz “que Deus não trata as pessoas com parcialidade” (At 10:34)? Para complicar ainda mais, quando lemos que Jacó enganou e roubou a primogenitura, ludibriando o próprio pai, Esaú se torna a vítima e Jacó o usurpador. Como pode um Deus justo amar o vilão e desprezar o inocente? É relevante considerar que a citação de Malaquias foi escrita mil anos após a época de Esaú e Jacó. Portanto, não se trata de um prognóstico, mas de um fato histórico, observado à luz do que aconteceu com eles e com seus descendentes ao longo do tempo.

Esaú e Jacó não representam apenas a si mesmos, mas também os distintos povos que se originaram deles: os israelitas e os edomitas.

O “desprezo” de Deus, que na verdade seria um aborrecimento, demonstra a decepção divina com os edomitas após um milênio de paciência diante de sua obstinada rebelião. Era crucial manter pura a genealogia que conduziria ao Messias.

Isso era tão sério que Abraão selecionou cuidadosamente a esposa de Isaque, assegurando assim a continuidade da linhagem. Desprezando isso, Esaú se uniu a mulheres pagãs, causando tristeza a seus pais. Ao trocar o direito de primogenitura pela gula, ele materializou de vez o desprezo que sentia. Jacó também errou, mas se arrependeu, enquanto Esaú permaneceu no erro. Na história de ambos está a realidade de que os princípios são inegociáveis.

Note que tudo o que possuímos pode ser negociado, depende de quanto pagam. Por exemplo, eu não pretendo vender minha casa, mas se um bilionário oferecer 100 milhões por ela, é claro que aceitarei a oferta! No entanto, não posso cogitar a negociação se o valor for oferecido pela casa do meu vizinho. A razão é simples: por mais tentadora que seja a oferta, não posso negociar o que não me pertence. Assim são os princípios bíblicos.

Eles não pertencem a nós; são de Deus.

Este foi o fracasso de Esaú: ele trocou por lentilhas algo que não poderia ser negociado. Aqueles que se vendem assim não compreenderam o alto preço pago por sua salvação. Nossa vida pertence a Deus. Por isso, vivamos à altura desse privilégio.

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