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A Singularidade da Cruz

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Ele Se humilhou, tornando-Se obediente até a morte, e morte de cruz. Filipenses 2:8

Muitas pessoas, ao relembrar a morte de Cristo, acentuam Seu sofrimento físico: os pregos nas mãos, os espinhos na fronte e as costas feridas.

No entanto, apesar da realidade disso, esse não foi o cerne de Sua dor.

Qual seria a singularidade da cruz de Cristo se milhões de pessoas também tivessem morrido com requintes de crueldade? Sabemos que 6 mil homens foram crucificados de uma só vez na Via Ápia em Roma. Em outra ocasião, 800 fariseus foram pendurados na cruz por ordem de Alexandre Janeu, líder dos asmoneus. Para aumentar a tortura, ele mandou matar as mulheres e filhos diante dos condenados, enquanto estes agonizavam.

Em um único momento, o general romano Quintilius Varus crucificou mais de 2 mil pessoas nos arredores de Jerusalém. Mais tarde, durante a destruição do templo no ano 70 d.C., Tito mandou crucificar 500 judeus por dia, todos virados para as muralhas, a fim de forçar a rendição dos amotinados. Diante desses números impressionantes, é difícil destacar uma singularidade no sofrimento de Jesus. Por isso, apesar da intensa dor física que Ele suportou, esse não foi o cerne de Sua angústia. Sua grande dor foi a ruptura com o Pai.

Hebreus 2:9 diz que Jesus experimentou a morte por todas as pessoas.

Ou seja, o destino que estava reservado à humanidade foi dado ao inocente Filho de Deus. Você já pensou no que isso significa? Sempre me chamou a atenção que Moisés tenha representado a crucifixão de Cristo com uma serpente pendurada em um mastro (Nm 21).

Ora, a serpente é símbolo de Satanás; como poderia então representar o Cordeiro? A única explicação é que, na cruz, Cristo não foi poupado nem Sua dor amenizada por ser o Filho de Deus. Ele deveria morrer em nosso lugar, por isso sofreu a ira do Pai na mesma intensidade que o diabo e seus anjos enfrentariam se estivessem ali.

A mesma angústia dos que estarão no lago de fogo e enxofre foi sentida por Cristo, com a diferença que Ele não merecia morrer.

Foi por amor a nós que Ele padeceu.

Diante da separação do Pai, a dor física se tornou um detalhe.

A cruz foi apenas o registro histórico de um sofrimento ainda maior que nos deu a chance de sermos salvos.

Como não amar Alguém que nos amou tanto?

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