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Certa vez, uma família procurou a igreja local em busca de ajuda para pagar alguns aluguéis atrasados, e prontamente uma oferta foi levantada.
Contudo, para surpresa de todos, na mesma semana, a família partiu de férias em um carro novo. Essa experiência foi uma lição dolorosa para a igreja.
Os que foram ajudados não eram necessariamente pobres; na verdade, eles eram maus gestores, sempre priorizando a vaidade, a diversão e o prazer acima de suas obrigações financeiras. Posteriormente, descobriu-se que tinham o hábito de fazer dívidas enquanto esperavam o apoio das pessoas. Infelizmente, não demorou muito para que saíssem da igreja, alegando desamor por parte dos irmãos. Em 1 Timóteo 5:10 a 13, Paulo mostra que a caridade, embora essencial, não é coisa para ser feita de qualquer maneira.
A generosidade cristã tem como objetivo ajudar os mais necessitados; no entanto, ela não libera as pessoas de suas responsabilidades financeiras, as quais incluem trabalho árduo e honesto, quitação de dívidas, economia e elaboração de orçamento pessoal.
A caridade cristã ajuda os que não conseguem se ajudar; mas não pode servir de rede de apoio aos que se recusam a evoluir financeiramente.
Paulo é claro ao dizer que todos devem trabalhar, “fazendo com as próprias mãos o que é bom, para que tenha o que repartir com o necessitado” (Ef 4:28).
Mesmo tendo o direito de viver do dízimo, ele e seus auxiliares não abusaram disso, pelo contrário, trabalharam com esforço dia e noite para não serem pesados à igreja (2Ts 3:8). Com essas cautelas em mente, também não podemos nos esquecer de que a caridade, mais que um ato de altruísmo, é uma obrigação diante de Deus.
É ato regular, não esporádico. Tanto que os judeus chamam o dinheiro da caridade de tzadiká, que quer dizer direito, justiça. Em outras palavras, dar o pão ao faminto é uma condição esperada daquele que se diz servo de Deus.
O cristão que não faz caridade é como um médico que não cura ou um motorista que não dirige. Se queremos uma igreja relevante, é necessário colocar em prática a teoria do cristianismo, sendo as “mãos de Jesus” para os outros.