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Crer e Descrer

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Nós não somos filhos ilegítimos. Temos um pai, que é Deus. João 8:41

O versículo de hoje faz parte de um diálogo nada cordial entre Jesus e alguns judeus. Isso é bem estranho, considerando que se tratavam de pessoas “que haviam crido Nele” (v. 31). Por que esse desdém se antes O apreciavam? De fato, o Evangelho de João poderia ser chamado de “Evangelho da Rejeição”, pois mostra progressivamente como grupos inteiros perderam a fé Nele e O abandonaram. O que provocou essa mudança? Em primeiro lugar, em virtude do apego aos valores mundanos. A Bíblia diz: “Estando Jesus em Jerusalém, durante a Festa da Páscoa, muitos creram no Seu nome quando viram os sinais que Ele fazia. Mas o próprio Jesus não confiava neles, porque conhecia a todos” (Jo 2:23, 24).

Jesus não correspondeu às expectativas políticas daqueles que queriam vingança mais do que justiça. Para eles, a salvação era vencer os romanos e não renunciar aos seus pecados. Assim, a natureza franca das palavras de Cristo se tornou uma verdade difícil de digerir. Por não satisfazer seus caprichos, a audiência trocou as verdades de Cristo por boatos acerca Dele. Segundo a apologia de Orígenes, escrita no segundo século, havia uma acusação recorrente de que Jesus seria o filho bastardo de um soldado romano chamado Pantera, que teria seduzido Maria quando ela estava noiva de José. Provavelmente, a ironia dos judeus que diziam “não somos filhos ilegítimos” era uma provocação de deboche, dado que conheciam tais rumores. Como se não bastasse a humilhação de Se tornar humano, Cristo enfrentou o desprezo e a indiferença. A descrença dessas pessoas mostra o que acontece quando a fé não é genuína. Precisamos estar enraizados e alicerçados em Cristo, como declarou Peter Forsyth: “A realidade na religião não é algo para se sustentar, mas algo para se viver. [...] A ligação entre nós e Cristo é orgânica e não meramente local. [...] É uma fonte que não falhará nem secará. Dela extraímos vida, e esta é um meio pelo qual vivemos. Essa fé não apenas nos sustenta – ela nos carrega, nos alimenta, nos sacia. Não é apenas verdade para nós, mas uma força ao nosso lado” (The Principle of Authority: In Relation to Certainty, Sanctity and Society).

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