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Os brasileiros estão frequentemente expostos à palavra “escândalo”: CPI, compra de votos, desvio de verba pública, entre muitos outros exemplos.
Um escândalo é aquilo que contraria a ordem estabelecida, que causa perplexidade e indignação, algo que realmente incomoda. Infelizmente, a corrupção está deixando de ser um escândalo para se tornar rotina em nossa sociedade.
Jesus foi um escândalo, mas não no sentido que a Bíblia desaprova. Ele também não era um escândalo por ser desonesto ou por buscar holofotes.
Sua santidade incomodava uma geração hipócrita.
Ele nasceu, viveu, morreu e ressuscitou, causando perplexidade. Jesus foi gerado em uma jovem que ainda não havia completado o rito de casamento.
A história de que ela seria virgem quando engravidou por um milagre de Deus certamente não convenceu a maioria, que, como vimos no texto de ontem, preferiu acreditar em uma versão que deu a Jesus a fama de bastardo. Tanto Sua origem quanto Sua procedência Lhe trouxeram problemas. O Mestre foi criado em uma terra de provincianos, considerados pela elite de Jerusalém como judeus de segunda categoria. Sua cidade era tão mal falada que dela se dizia: “De Nazaré pode sair alguma coisa boa?” (Jo 1:46).
Não por acaso, Jesus foi condenado como perturbador da ordem pública e teve a morte mais infame de Sua época. Os escândalos continuaram depois disso.
Correu o boato de que Sua ressurreição era uma fraude.
Os escândalos envolvendo Jesus não se assemelhavam ao alvoroço de uma personalidade famosa que gera engajamento. Eles representavam a maneira irônica pela qual Deus separava os bodes das ovelhas. Parafraseando Theodore Lowi, a corrupção é uma constante na história humana; o que oscila é sua revelação. No entanto, o escândalo, enquanto denúncia, pode não diminuir a corrupção, mas torna as pessoas de bem mais atentas na escolha de seu caminho. Há momentos para acompanhar o fluxo e momentos para nadar contra ele.
Feliz é aquele que tem o Espírito de Cristo para discernir qual direção tomar.