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Deus que Sofre

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Era desprezado e o mais rejeitado entre os homens, Homem de dores e que sabe o que é padecer. Isaías 53:3

Em 1954, foram publicados dois manuscritos encontrados no Mar Morto que lembram o relato de Isaías 53. Eles fazem parte do chamado Rolo de Ação de Graças, que diz: “Quem tem sido desprezado como Eu? E quem tem sido rejeitado pelos homens como Eu? E quem se compara a Mim em tolerar (suportar) o mal? [...] Quem é como Eu dentre os deuses? Eu sou o amado do rei, a companhia dos santos [...] Quem foi considerado desprezível como Eu e, no entanto, quem é igual a Mim em Minha glória?” Esses manuscritos foram terrivelmente danificados, enquanto os demais estavam normalmente enrolados, levando alguns a suspeitar que isso não tenha sido acidental. Pesquisadores deduzem que os poemas foram propositadamente rasgados e amassados na antiguidade, possivelmente devido ao seu caráter polêmico.

A ideia de um Deus sofredor já incomodava naquela época.

É notória não somente a semelhança com Isaías 53, mas também o paradoxo de um servo que sofre incomparavelmente para depois ser glorificado.

Além disso, Ele é singular entre os homens, pois combina em Si o status divino e o humano ao mesmo tempo. Isso era algo inédito. Note a comparação entre a retórica “quem é como Eu dentre os deuses?” e o texto de Êxodo 15:11, que diz: “Ó Senhor, quem é como Tu entre os deuses?” Parece que o texto foi escrito para falar em primeira pessoa sobre um certo Mestre de justiça que poderia muito bem ser o Messias que todos esperavam.

O poema se assemelha a uma autobiografia messiânica, semelhante ao Salmo 22, que faz alusão tanto ao sofrimento de Davi quanto ao do Messias.

Como podemos observar, a crença em um Deus que Se tornou humano e sofreu neste mundo é uma herança polêmica e milenar. Antes mesmo do nascimento de Jesus, já havia aqueles que acreditavam nisso e aqueles que se incomodavam ao ponto de destruir essas ideias. É muito interessante ver como as verdades polêmicas de Deus resistem ao tempo e dividem a humanidade entre aqueles que as aceitam e aqueles que as rejeitam.

E você, como se posiciona diante da afirmação de que Deus Se encarnou, viveu entre nós e morreu para nos salvar?

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