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A cena se passava enquanto eu observava.
Uma jovem mãe chama seu filhinho para alimentá-lo.
A criança, de um ano e três meses, atende.
Ela o conduz pela mão, e os dois se sentam no chão.
De frente para a mãe, o pequeno permanece ali, esperando receber o alimento na boca, numa relação de completa dependência.
O episódio segue com a criança feliz, abrindo a boquinha para cada colherada de comida (ou seria de amor?). Quem já passou pela experiência da maternidade sabe bem.
A rotina de cuidados diários – que inclui alimentação, higiene e sono – favorece o vínculo afetivo mãe-filho, tão necessário para o desenvolvimento emocional do bebê.
Por intermédio dessa relação, não são supridas apenas necessidades físicas, mas também necessidades de natureza psíquica, que vão durar a vida inteira.
Afeto, segurança, confiança e compreensão inicial de mundo, entre outros, são elementos psicológicos que se formam nesse período da vida, alicerçados pela íntima relação do cuidar. Essa fase do bebê é marcada, então, pela dependência; sua sobrevivência está sujeita aos cuidados da mãe ou de outro cuidador. Deus quer que dependamos Dele assim como aquele bebê depende de sua mãe. Ele nos assegura a providência de comida, bebida e vestuário, pedindo que não nos preocupemos com nada disso (Mt 6:25-31).
Em vez de vivermos ansiosas com essas coisas terrenas, o Pai nos orienta a buscar primeiro Seu Reino e Sua justiça (Mt 6:33). Isso significa que nosso relacionamento com Ele é mais importante que qualquer outra coisa e deve ser nossa maior preocupação.
O cuidado amoroso do Pai por nós vai muito além de providências físicas; Ele não supre apenas nossas necessidades básicas. Ao nos relacionarmos com Deus, nossas carências emocionais e espirituais são igualmente satisfeitas. Por meio de um relacionamento significativo com Deus, alicerçado na oração e devoção diária, podemos experimentar paz interior, segurança, confiança e contínuo crescimento na fé. Assim, ao reconhecermos que somos dependentes do Pai e buscarmos Sua companhia a cada novo amanhecer, Ele poderá encher nossa vida de incontáveis alegrias, em todos os sentidos. Os cuidados do Pai se estendem a todas as fases da nossa existência, do nascimento à velhice. Isso é tão reconfortante! Não importa o quão crescidas estejamos, Deus nos oferece Seu cuidado paternal e nos convida a confiar plenamente Nele. Não é maravilhoso saber que temos um Pai dedicado que cuida de todas as nossas necessidades? Deixe tudo em Suas mãos e viva tranquilamente feliz!
Arlene Araújo Nogueira