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Logo depois de terminar o terceiro ano da faculdade, tive a brilhante ideia de que seria muito divertido passar o verão em Washington, DC, nos EUA, com meus tios. “Conseguir um emprego será muito fácil”, pensei. “Afinal, tenho excelentes habilidades de datilografia. Qualquer companhia ficaria muito feliz em me contratar”.
Bem, isso não aconteceu! Depois de esperar tempo demais por uma entrevista, acabei conseguindo um trabalho vendendo livros religiosos, graças às irmãs Neely. Tudo foi bem durante a semana, mas o dia de adoração, o sábado, foi muito solitário para mim. Meus familiares, que não professavam a mesma fé que eu, queriam que eu passasse tempo com eles. Embora eu gostasse muito deles, também queria ir à igreja.
Naquela época, não havia computadores, celulares, transmissões de programas religiosos na TV, nem qualquer outra plataforma de mídia onde eu pudesse assistir aos cultos. Então, eu me sentei na varanda e li por um tempo, depois dormi um pouco, então dormi mais um pouco e li novamente até o pôr do sol. Fiquei extremamente infeliz! Em desespero, no fim de semana seguinte perguntei à minha tia se ela poderia me levar, de carro, até a igreja mais próxima, e eu daria um jeito para conseguir carona e voltar para casa.
Ela não gostou muito da ideia, mas eu estava certa de que encontraria alguém da faculdade que pudesse me dar carona.
Naquele sábado, Laura e Terrell Danley me convidaram para almoçar na casa deles. Obrigada, Jesus! Não faço a menor ideia do que eu comi naquele dia, mas estou certa de que a hospitalidade foi absolutamente maravilhosa – e exatamente o que eu precisava.
Toda semana eu os procurava depois do culto e literalmente me oferecia para ir à casa deles. E eu sempre me sentia acolhida e amada.
Muitos anos se passaram – vieram carreira, casamento, filhos, netos e aposentadoria. Durante 48 anos em Kansas City, Missouri, minha família sempre recebia visitas para almoçar conosco após o culto de sábado. A irmã de Terrell Danley frequentava a mesma igreja que eu. Que mundo pequeno! Em 2012, nos mudamos para Atlanta, Georgia, e tenho continuado a praticar esse ministério da hospitalidade.
Não sou uma exímia cozinheira, mas eu e meu esposo, Walter, oferecemos hospitalidade de coração. Por quê? Porque mais de 50 anos atrás, um casal fez o mesmo por mim. Também sei, por experiência própria, como é se sentir sozinha no dia de adoração e depois ser convidada para almoçar na casa de alguém.
Alguém foi uma bênção em sua vida? Talvez seja a hora de continuar essa corrente do bem.
Shirley Sain Fordham