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Meu marido, Norman, e eu esperávamos ansiosos pela van que logo chegaria com a seguinte frase escrita: “UMA OVELHA DE CADA VEZ.” O carro traria um cachorro pastor alemão que tinha sido colocado para adoção. Uma Senhora desceu do veículo e uma linda cadela de cor marrom acobreada pulou para o chão. Então, a Senhora disse: – Esta é a Angel.
Eu me inclinei para fazer carinho na cadela.
Ela veio até mim e lambeu meu rosto.
Foi amor à primeira vista.
Nem preciso dizer que ficamos com ela.
Logo percebemos que a Angel sofria de ansiedade de separação, o que ficou evidente por causa dos arranhões que ela fazia na porta quando saíamos de casa.
Eu a perdoava, pois entendia que ela ficava com medo de que não fôssemos voltar. Achei que ela se sentiria feliz em ficar solta no nosso quintal, que era cercado.
Mas, ou ela ficava encostada na porta dos fundos tremendo, ou escalava a cerca que tinha um metro e vinte de altura. Seguia-me por todos os lugares.
Eu a perdoava, porque entendia que ela se sentia segura quando estava comigo. Ela sentia a necessidade de nos proteger, sempre guardando toda a nossa propriedade. Usávamos uma coleira para ajudar a controlá-la e contratamos um treinador, mas ela não progredia. Nunca ficava relaxada o suficiente para receber carinho quando havia visitas em casa.
Mas eu a perdoava, pois percebia que ela talvez visse aquelas pessoas como uma ameaça para nós. Ela estava fazendo o que achava ser o seu trabalho: nos proteger.
Angel não suportava ficar presa, mesmo que fosse por um curto período. Na verdade, houve uma vez que viajamos e ela machucou a boca tentando sair de um canil para ir nos procurar. Ela foi parar numa clínica de emergência para restaurar a boca. Eu a perdoei, pois ela estava tentando encontrar a família dela. Quando estava em casa com o Norman e eu, ela era alegre e amável. Passamos muitos anos felizes juntos. Quando ela estava prestes a completar 12 anos, suas pernas começaram a ficar fracas e as nossas caminhadas tiveram que ser cada vez mais curtas. Certa noite, ela ficou doente. Quando chegamos ao hospital veterinário, Angel estava em condições críticas e fomos aconselhados a aplicar a eutanásia. Com muito pesar e muitas lágrimas, dissemos adeus à nossa fiel companheira, apesar da tendência que ela tinha de causar problemas. Sempre que me lembro da Angel, fico pensando em quantas de nós tomamos decisões imprudentes quando estamos nos sentindo inseguras, com medo, ou sozinhas. Temos que pedir perdão para as pessoas e para o nosso querido Pai celestial. Ele nos ama tanto, que sempre nos perdoa. Louvado seja Seu nome!
Rose Neff Sikora