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Zuuum! Virei-me para o lado e puxei o cobertor por cima da minha cabeça.
Era muito cedo para levantar. Zuuumm! Eu tentava dormir.
Mas o zumbido ficava me acordando de modo intermitente.
Por fim, levantei-me e comecei a procurar.
De onde vinha aquele barulho? Era um som familiar.
Eu ouvia aquele som quando era criança e capturava os besouros-japoneses, aqueles das asas verde-brilhantes. Eu gostava de segurá-los e ouvir seu zumbido, mas esse que eu estava ouvindo agora vinha do meu quarto. Procurei na cômoda, nas roupas que estavam em cima de uma cadeira e numa cesta de livros. Silêncio. Zuuumm! O barulho estava mais perto. Ali na estante havia um besouro com a barriga brilhosa virada para cima, refletindo a luz do sol da manhã. Percebi que ele estava ficando cansado. Mas era tão lindo! Então, peguei o besouro na mão e ele se agarrou no meu dedo com suas patinhas espinhosas.
Abri a porta da casa e coloquei a mão para fora.
Ele caminhou até as pontas dos meus dedos e levantou voo.
Acredito que fiz um ato de misericórdia.
Deus fala muito sobre a misericórdia na Bíblia e eu havia estendido minha misericórdia para uma das criaturas do Senhor. Dois dias depois, experimentei a misericórdia – no momento em que eu mais precisava. Meu marido e eu tínhamos passado a tarde caminhando na areia em Laguna Beach, onde assistimos ao pôr do sol e depois fomos jantar em um pequeno restaurante na cidade. Já estava escuro quando entramos no carro para ir embora.
Comecei a dar marcha à ré, mas tive a sensação de que eu estava muito perto do carro estacionado do meu lado, que era uma Mercedes preta conversível.
O para-lama do meu carro encostou no para-lama da Mercedes.
Fiquei horrorizada quando percebi que eu tinha feito um arranhãozinho naquele para-lama novinho. Fiquei ali esperando até que o dono do carro chegasse – um homem de mais de 1,90 m de altura e muito bonito. – Eu sinto muito – disse desanimada.
– Fiz um arranhão no seu belo carro novo. Estas são as informações do meu seguro. Ele se abaixou para olhar o estrago, depois se levantou e sorriu.– Está tudo bem – ele disse. – Tem certeza? – repliquei. – Não quer as informações do seguro? – Não precisa. Está tudo bem – ele disse e depois me deu um abraço. Foi maravilhoso receber aquele abraço. Eu precisava muito daquele ato de misericórdia. Deus também é assim. Ele nos oferece misericórdia quando mais precisamos.
Edna Maye Gallington