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Uma amiga minha, mais velha que eu, vem me ver uma vez por semana para fazer uma sessão de aconselhamento comigo. Numa dessas visitas, ela compartilhou comigo que, ao ler uma meditação intitulada “Vivendo em Seu Amor”, sentimentos de saudade e solidão vieram ao seu coração. – Por quê? – ela indagou. – Por que eu não tenho ninguém para me amar? Sua agonia era palpável e sua voz tremia de emoção ao falar dos seus filhos, questionando por que eles não podiam amá-la e se preocupar com ela.
Enquanto eu ouvia minha amiga, algumas imagens vieram à minha mente e eu fiquei triste. Pensei em nosso grupo de oração. Somos muito unidas e saímos da zona de conforto para ajudar umas às outras. Pensei em como nós deixamos de perceber as bênçãos de Deus porque nossos olhos da fé estão fora de foco. Nós nos apegamos às nossas percepções de como as coisas deveriam ser. Nossos filhos devem crescer e se tornar “bem-sucedidos”, e já temos uma ideia preconcebida do que é esse “sucesso”. Nossos filhos e nosso marido deveriam se comportar de uma determinada maneira para conosco, caso contrário, eles não nos amam.
Assim, nos concentramos no que nos falta.
Em seu anseio por enxergar a aparente falta de amor dos seus filhos, minha amiga deixou de perceber que o nosso grupo era como uma família para ela.
Deus providencia pessoas todos os dias para suprir nossas necessidades.
Ali estava eu, ansiosa para ajudar minha amiga e sempre disposta a fazer mais.
Além disso, conheço outras pessoas na nossa comunidade cristã que ajudam minha amiga de coração. Ainda assim, ela chora por se sentir solitária.
É triste ver que ela está cega para enxergar o amor que Deus tem enviado a ela por se apegar a uma ideia fixa sobre quem deveria cuidar dela! Em João 19:26, 27, temos um vislumbre sobre isso. No contexto desses versos, Jesus estava prestes a dar o Seu último suspiro.
Então, Ele viu Sua mãe ali ao lado do Seu “discípulo amado”.
Acredito que ela estava chorando inconsolavelmente.
Por isso, Jesus disse: “Mulher, eis aí o seu filho.
Depois, disse ao discípulo: Eis aí a sua mãe.” Essa linda cena sempre aquece meu coração. Jesus queria ter certeza de que Maria seria bem cuidada.
Então, ele a deixou sob os cuidados de alguém que Ele sabia que cuidaria dela como Ele mesmo havia cuidado. Diferentemente da minha amiga, Jesus sabia que um coração cheio de amor provê um cuidado melhor do que alguém que tem um simples laço familiar.
Jasmine E. Grant