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Nas últimas férias de primavera, fui convidada para acompanhar um grupo de alunos da nossa escola em uma viagem missionária para a Nicarágua.
Eles precisavam de uma acompanhante do sexo feminino para ir àquele país, o qual eu nunca havia visitado, e assim, concordei em ir com eles.
Nosso projeto, realizado juntamente com um ministério cristão de aviação, seria construir uma ponte entre a vila de La Tronquera e a base aérea missionária, que ficava numa região remota ao norte do país. Para chegar até lá, decolamos num voo noturno saindo de Kelowna, no Canadá, passando por Vancouver, depois, Cidade do México, até Manágua, a capital da Nicarágua. Fizemos um passeio rápido pela cidade e visitamos uma instituição que capacitava pessoas em situações de extrema pobreza a desenvolver habilidades de corte e costura.
De Manágua, fomos de avião para Puerto Cabezas, no Caribe.
Lá, pegamos um ônibus velho e enferrujado, para fazermos uma viagem de mais de quatro horas pela estrada de chão esburacada.
Quando chegamos, ficamos muito animados para mergulhar, com roupas e tudo, num lago que tinha na propriedade. O projeto teve um ótimo progresso, pois todos estavam trabalhando duro. Apesar de a temperatura estar acima dos 30° C e das muitas picadas de insetos, no período de dez dias concluímos a construção de uma ponte forte e sólida.
O dialeto falado naquela região é o misquito.
No sábado, ouvimos um sermão em espanhol, que era traduzido tanto para o inglês quanto para o misquito. Quando cantamos um hino bastante conhecido, uma Senhora simpática, que estava sentada ao meu lado, foi apontando as palavras no hinário em misquito.
Não conseguíamos nos comunicar verbalmente, somente uma troca de abraços e alguns sorrisos mútuos. Quando terminamos o nosso projeto da construção da ponte, nos juntamos às pessoas da vila para a grande inauguração. Marilyn (cujo nome eu fiquei sabendo depois) sorriu para mim do outro lado do grupo e veio falar comigo mais tarde.
Trocamos mais abraços, sorrisos e até algumas lágrimas e, depois, ela me disse enquanto apontava para o céu: “Mañana” (que significa amanhã em espanhol).
Nós nunca saberemos quais vidas poderemos tocar ou aquelas que irão nos tocar aqui na Terra. O que eu sei é que, pela graça de Cristo, Marilyn e eu nos encontraremos novamente. Que dia feliz vai ser aquele!
Beverly D. Hazard