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Um furacão e um milagre – 1

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Restaura-nos para Ti, Senhor, para que voltemos; renova os nossos dias como os de antigamente. Lamentações 5:21, NVI

Há folhas novas e tenras no pé de manga, na romãzeira, na cerejeira e no pé de graviola. O que há de tão especial nessas folhas novas? As árvores não produzem novas folhas de vez em quando? Sim, produzem, mas essas folhas novas contam uma história de sobrevivência, sobre o poder restaurador de Deus e sobre a possibilidade de renascimento.

Deixe-me começar do início. O verão de 2017 em Saint Croix, nas Ilhas Virgens dos Estados Unidos, foi especialmente frutífero. Havia mangas em abundância, abacates pendurados em galhos abarrotados. Mas, mesmo enquanto desfrutávamos da recompensa, os mais antigos nos lembravam que tantas frutas indicavam que enfrentaríamos um ou dois furacões naquela temporada. Imperturbáveis, continuamos a saborear nossas frutas, mesmo quando os meteorologistas alertaram sobre uma “temporada de furacões mais ativa do que o normal”. Então, veio o furacão Harvey no Golfo do México, devastando Houston e Texas, nos Estados Unidos, e as áreas circundantes com 132 centímetros de chuva, causando inundações catastróficas. Oramos por Houston, mas presumimos que estávamos seguros.

Houston estava longe. Duas semanas depois, o furacão Irma nasceu no Oceano Atlântico. Ele rapidamente se tornou um monstro de categoria 5 vindo em nossa direção. No entanto, enquanto esperávamos por ele em Saint Croix, ele virou para o norte e devastou seis ilhas perto de nós com ventos de 298 quilômetros por hora.

Nós, em Saint Croix, fomos poupados, e ficamos felizes. Mas nossa alegria durou pouco. Dez dias depois, em 19 de setembro, o furacão Maria, outro de categoria 5, desmentiu seu nome inocente e avançou em direção a Saint Croix.

Ele uivou e gemeu diabolicamente a noite toda com seus ventos de 282 quilômetros por hora, arrancando telhados de aço galvanizado das casas como páginas de cadernos. Ele arrancou árvores centenárias como se fossem simples ervas daninhas.

Os postes de alta tensão, com os fios pendurados, caíram como palitos de dente espalhados. Maria jogava jatos d’água em cada fenda, encharcando camas, sofás e tapetes, enquanto nos aconchegamos, suplicando pela nossa vida, nos banheiros, embaixo das pias e nos armários – orando mesmo quando os estalos do lado de fora nos diziam que ela havia levado outro telhado, estilhaçado outra janela.

As horas intermináveis arrastavam-se para a tão esperada aurora.

Oramos: “Que os ventos diminuam, Senhor, e que acabem as enchentes!”

Annette Walwyn Michael

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