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Vinte nomes! Eu não fazia ideia! Esse era o número de pessoas listadas no mural da igreja que estavam confinadas em casa.
Elas nem sempre podiam vir à igreja e perdiam os cultos de adoração e a comunhão com os irmãos. Eu não sabia quantos membros da igreja as visitariam.
Então, calculei os horários que eu tinha para visitação.
Com meus compromissos, sabia que demoraria bastante até que eu pudesse completar a lista de visitas. Uma ideia me veio à mente.
Eu faria um pequeno poema, colocaria em um cartão-postal e o enviaria pelo correio. Mesmo que eu não pudesse visitar todos, pelo menos todos teriam uma mensagem de motivação. Assim, foi isso o que eu fiz. Pensando que a tarefa estivesse concluída, risquei-a da minha lista de afazeres, satisfeita por ter feito a minha parte, e segui a vida.
Alguns dias depois, chegaram no correio mensagens de várias Senhoras me agradecendo por eu ter pensado nelas. Ler suas cartas me deixou com muita vergonha.
Naquele momento, tudo mudou.
De repente, compreendi que aqueles não eram apenas nomes em um mural. Eram pessoas reais, com sentimentos e necessidades, esperanças e sonhos.
Elas eram como eu, mas estavam praticamente sozinhas a maior parte do tempo. As visitas, se houve alguma, eram muitas vezes escassas e distantes umas das outras.
Percebendo que não poderia visitá-las com a frequência que gostaria, decidi que, pelo menos, continuaria com os cartões. Desde 2003, o que começou com poemas em um cartão-postal para algumas pessoas cresceu exponencialmente à medida que nomes eram adicionados sempre que alguém sofria algum tipo de perda, tinha um problema especial ou apenas precisava de encorajamento. Todos na minha família da igreja agora recebem um cartão-postal com um poema colocado mensalmente no boletim da igreja.
Os poemas também viajam pelos correios ou por e-mail para amigos que moram longe. Alguns poemas foram publicados.
O Senhor deu a cada uma de nós dons para usarmos a fim de abençoar outras pessoas. Frequentemente, Ele nos leva a compartilhá-los de maneiras que nunca poderíamos imaginar.
Márcia Mollenkopf