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Eu soube que aquilo era verdade quando nossos nomes foram chamados e fomos escoltados para uma pequena sala de tribunal.
Ficamos em lados opostos da sala, esperando o juiz entrar.
Um peso me engolia à medida que o peso total desse processo oficial e o fim do meu casamento – e dos meus sonhos – se tornavam realidade.
Eu tinha trinta anos, estava divorciada, confusa e começava a vida novamente. Foi quando conheci Maisy. Ela estava suja, fedorenta e esfarrapada.
Ela se esquivava de mim enquanto eu me inclinava para pegá-la.
Envolvi-a em um cobertor e gentilmente acariciei sua cabeça.
Quando ela adormeceu em meus braços, pude ouvi-la suspirando.
Ela estava finalmente segura. Maisy passou a vida sendo usada por um criador ilegal para produzir o maior número possível de filhotes.
Ela era mantida em uma gaiola, tirada dali apenas para procriar, raramente vendo o ar livre. A maioria dos dentes dela havia caído, os poucos que lhe restavam estavam apodrecendo e havia um grande tumor no abdômen.
Apesar da negligência e das condições físicas que essa cachorrinha havia sofrido, ela demonstrava tanto amor e lealdade como eu nunca havia visto em um animal.
Eu estava apenas cuidando dela até que pudéssemos encontrar seu lar definitivo, mas, depois de apenas alguns dias em sua doce presença, percebi que Deus havia me dado um presente especial e que eu não podia desistir dela.
Ela passou por três cirurgias diferentes num só dia.
A veterinária que operou Maisy também era a chefe do resgate de animais no qual eu era voluntária. Quando a levei de volta para o check-up, informei-a que queria adotar Maisy. “Sinto muito”, disse ela. “Temos quase certeza de que o tumor dela é maligno.
Ela pode não ter muito tempo de vida”.
Eu a adotei assim mesmo. Sua vida era repleta de sofrimento, e ela merecia ser amada. A verdade era que, à medida que eu cuidava dela, ela estava me curando. Uma semana se passou e meu telefone tocou. A veterinária estava quase rindo. “É benigno!” Lágrimas escorreram pelo meu rosto e caíram no pelo preto de Maisy. Agradeci a Deus por poupá-la, e as palavras que Ele me disse encheram o meu coração: “Minha querida filha, Eu não te amo muito mais?”
Erica Jones