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Uma leitura superficial da Bíblia pode levar a conclusões equivocadas sobre o caráter de Deus e Sua atitude em relação a nós, seres humanos.
Um exemplo disso é a parábola da figueira estéril (Lc 13).
Depois de procurar por frutos durante três anos, sem sucesso, o dono da vinha deu ordem ao lavrador para que cortasse a árvore.
Aparentemente, o proprietário da vinha era um sujeito nervoso e impaciente. Plantou e já queria colher. Da mesma forma, algumas pessoas olham para Deus como alguém exigente, que visita a nossa vida buscando frutos de serviço, de obediência e de fidelidade.
Mas, para entender a parábola e consequentemente o caráter de Deus, é preciso conhecer alguns detalhes do plantio naquela época.
Talvez você não saiba, mas, geralmente, uma árvore levava três anos para crescer. Após esse período, outros três anos se passavam sem o fruto ser colhido.
Era proibido por lei. O que a árvore produzia no ano seguinte, que era o sétimo ano, era oferecido a Deus como oferta (Lv 19:24).
Portanto, muitos anos haviam se passado desde que a árvore tinha sido plantada. Mas ela continuava lá, sem nenhum sinal de frutos.
Nesse ponto da história, uma sentença é dada: a árvore deve ser arrancada.
Mas um elemento novo aparece: o lavrador intercede pela árvore.
Ele se compromete a dedicar novos cuidados a ela por mais um ano, até que seja feita uma nova avaliação. É como se os atributos de Deus ganhassem rosto e voz.
Justiça e graça são ilustradas pelos personagens da parábola, que discutem sobre o destino da figueira, que simboliza o ser humano.
A justiça procura os frutos e, sem encontrá-los, emite a sentença: “Corte-a!” A graça intercede: “Deixe-a por mais um ano.” E é por isso que estamos aqui.
O ano ainda está começando. Faça a si mesmo estas perguntas: Há quanto tempo fui plantado por Deus em Sua vinha particular? Encontro em minha vida frutos de crescimento espiritual, de abandono de pecados e de envolvimento na missão? Espero que em 2024 você dê muitos frutos para a glória de Deus.