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EMPATIA

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Era-Lhe necessário passar por Samaria. João 4:4

Eu estava com pressa. Após o culto jovem, saí por um dos corredores laterais da igreja em direção ao portão da frente. Mas, no sentido oposto, vinha um jovem cabisbaixo.

Sem pensar muito, eu o saudei com aquela pergunta para a qual geralmente não esperamos resposta: “Tudo certo?” Meus ouvidos já esperavam ouvir o “Tudo certo, e com você?”, mas não foi o que aconteceu. O rapaz levantou os olhos e disparou: “Defina ‘tudo’ e defina ‘certo’, pastor.” Não pude desconsiderar aquelas palavras e muito menos o tom da voz. Eu estava com pressa, mas o próximo compromisso precisaria esperar.

Fiz mais algumas perguntas, e elas foram como chaves que abriram salas secretas no coração daquele moço. “Como vai você?” Geralmente respondemos a essa pergunta sem pensar. Simplesmente dizemos que está tudo bem, mas, na maioria das vezes, é mentira. “Tudo” é muita coisa. Cada um de nós sempre carrega no peito uma luta, um drama, uma inquietação. Mas aprendemos a dizer para nós mesmos que precisamos ser fortes e que não devemos ser um peso para os outros. Porém, na maioria das vezes, essa força é só um disfarce para o nosso egoísmo. Não pedimos ajuda porque não estamos dispostos a ajudar.

Não confessamos nossos limites porque não queremos carregar ninguém.

Alguém nos convenceu de que, se cada um cuidar da própria vida, todos ficarão felizes no fim. Mas isso também é mentira. Um dia, Jesus decidiu passar por Samaria.

Os judeus preferiam fazer uma viagem mais longa para não cruzar o território dos samaritanos. Eram inimigos antigos. Entretanto, na agenda do Messias, havia um encontro marcado à beira do poço ao meio-dia. Lá estava uma mulher solitária e ferida.

Mais do que um cântaro vazio, trazia uma vida vazia de sentido.

Trancada em suas desventuras, ela ouviu a voz de Cristo. Ele pediu água, mas queria mesmo puxar assunto. Era como se dissesse: “Tudo bem com você?” Depois de uma longa conversa, aquela mulher se tornou outra pessoa. Sua vida foi transformada porque Alguém decidiu passar pelo seu caminho. “Como vai você?” Quero desafiá-lo a buscar essa resposta de alguém hoje. Talvez ela não esteja nas palavras, mas no tom de voz, nos olhos cansados, na voz rouca, na postura curvada. Há alguém “à beira do poço” esperando por você.

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