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Todos ouviram o sinal do recreio, e o menino saiu apressado em direção ao pátio. No meio do caminho, ele foi interrompido pelos gritos e gestos de uma das professoras da escola: “Pare, pelo amor de Deus!”, repetia, nervosa.
O garoto parou diante dela, ainda ofegante, tão somente para ouvir o sermão de sempre: “Você não sabe que é perigoso correr assim? Você pode cair e se machucar ou esbarrar em alguém!” Mas, desta vez, uma “luz” se acendeu, e o rapazinho perguntou: “Professora, qual é o nome deste lugar em que nós estamos?” O sermão ia continuar, mas ele interrompeu, repetindo a pergunta: “Só me diga isto: Qual é o nome deste lugar?” Meio desconfiada, a mulher respondeu: “Isto é um corredor.” Foi o suficiente. “Então”, continuou o menino, “corredor é o lugar de correr!” E saiu correndo. Já percebeu o quanto as crianças amam correr? Alguma coisa acontece no organismo delas. Só pode! Alguém disse, certa vez, que criança a gente só ensina a andar, pois correr ela aprende sozinha. É assim mesmo! A má notícia é que, com o passar dos anos, esse gosto pela corrida sai dos pátios e invade a rotina.
O que era brincadeira vira doença, e nós nos tornamos crianças crescidas que não sabem aonde vão, reféns de uma vida que não para.
Vamos correndo por aí com muita pressa e pouco sentido.
A boa notícia é que, pelos corredores da vida, o Criador espalhou lugares de descanso. A palavra sábado vem do hebraico shabbat, cuja raiz pode ser traduzida como um substantivo ou um verbo. Sábado quer dizer “parar”, “cessar” ou simplesmente “assentar-se”.
Sábado não é um tempo para correr atrás do sustento, das coisas da vida nem das coisas da religião. Sábado não é um tempo para deitar-se, ou seja, não é um tempo de ociosidade. Sábado é um tempo para assentar-se na presença de Deus e desfrutar a bênção com que Ele decidiu preencher esse dia. Sábado é um tempo para assentar-se na presença de pessoas que tornam sua vida significativa. Eu sei que você também gosta de correr.
Mas agora pare. Tome assento, amado, e descanse!