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O texto de hoje fala dos benefícios da boa companhia.
Em Eclesiastes 4, Salomão oferece uma pequena lista de reflexões construídas a partir de contrastes da vida. Entre outras coisas, ele compara uma vida de solidão à experiência de quem vive acompanhado. Quem vive isolado pode até ter muitas coisas, mas nem por isso é feliz, uma vez que não consegue celebrar.
Quem tem pessoas, por um lado precisará dividir espaço, recursos e tempo, mas por outro receberá diversos benefícios.
É possível notar no texto pelo menos quatro deles: prosperidade, suporte, conforto e proteção. Diante disso, na visão do sábio, não faria sentido optar por uma vida solitária. Imagine a cena. Dois garotos estão andando no trilho do trem.
Eles vão, um atrás do outro, tentando manter os pés sobre aquele estreito caminho de ferro, em um dos lados do trilho.
Dois, três passos, e um cai, pisando no chão.
Recomeça. Dois passos à frente, cai o outro.
Tenta de novo. E assim vão, entre risadas e novas tentativas.
Parece que não dá para ir muito longe nessa aventura de equilíbrio.
Mas, em certo momento, os dois se olham, e surge uma ideia.
Sem dizer qualquer palavra, eles assumem lados opostos do trilho, colocam as mãos no ombro um do outro e recomeçam a brincadeira. Os passos ficam mais firmes.
E ninguém cai. Na caminhada da vida também é assim.
É verdade que as pessoas precisam de Deus.
Também é fato que pessoas precisam de pessoas.
Sozinhos não vamos muito longe, simplesmente porque não fomos criados para viver dessa forma. Muitos de nossos tropeços, desânimos e crises poderiam ter sido evitados se simplesmente tivéssemos alguém por perto, um ouvido atento, um conselho sábio ou um abraço silencioso. Essa é, inclusive, uma das formas mais incríveis de experimentar a presença e o amor de Deus. Que tal esquecer o relógio um pouco e andar mais devagar hoje? Que tal olhar para os lados? Talvez haja alguém bem perto precisando de seu apoio para conseguir andar.