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O ano era 1845. Duas embarcações partiram da Costa Britânica em direção ao gelado Ártico. A expedição era liderada por John Franklin, oficial da Marinha Real do Reino Unido e explorador experiente. Ele já havia feito outras três viagens semelhantes, mas aquela seria a mais importante. No entanto, nada saiu como planejado.
Os navios nunca voltaram, e todos os 133 tripulantes morreram.
A história diz que a viagem deveria durar cerca de três anos.
Havia suprimentos, mas o carvão que levaram só era suficiente para duas semanas. Enquanto faltava combustível, sobrava entretenimento.
Eles levaram uma biblioteca com mais de mil volumes, instrumentos musicais e jogos de tabuleiro. Não havia roupas próprias para o frio.
O único traje disponível era o uniforme da Marinha.
Inexplicável. A certa altura da viagem, o mar gelado invadiu o convés, congelou a água ao redor do leme, e o navio ficou preso no meio do oceano.
Os marinheiros começaram a sair dos navios com seus uniformes de gala, alguns pertences e quase nenhuma esperança de resgate.
Você consegue imaginar a cena de desespero? Foram encontrados, nos cinco anos seguintes, os restos da expedição espalhados pelo mar congelado.
Muitas perguntas ainda permanecem sem resposta diante dessa estranha história. A principal delas talvez seja: Como homens tão experientes partiram para uma viagem de tamanha magnitude estando tão despreparados? E quanto a nós? Se a vida espiritual pudesse ser interpretada como uma grande travessia, será que estaríamos levando o essencial em nossa embarcação? Será que temos feito o devido preparo? Infelizmente, muitas vezes o que se vê é uma incrível contradição em nossa experiência de fé.
Declaramos estar de passagem por aqui, mas, às vezes, nossa bagagem denuncia algo bem diferente. Professamos que nosso destino é o Céu, mas o que levamos parece dizer que gostaríamos de ficar aqui para sempre.
Muito tempo conectados, pouco tempo ajoelhados.
Muito acesso a notícias, pouco estudo da Palavra.
Muitas postagens, pouco testemunho.
Muita diversão, pouca consagração. Enquanto estivermos em nossa viagem rumo ao Céu, que as pessoas ao nosso redor vejam que nossa marca é a pureza e a consagração.