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Depois de acompanharem o ministério de Jesus, de ouvirem Seus sermões, testemunharem Seus milagres e presenciarem o drama de Sua morte e ressurreição, a pergunta dos discípulos não é nada inédita. Conhecemos alguém não tanto pelas respostas que dá, mas pelas perguntas que faz. E aqui está uma das evidências disso.
A pergunta dos discípulos revela quão pouco avanço tinham feito na compreensão de quem é Jesus e qual era, afinal, o Seu plano.
Eles questionam: “Quando virá o Teu reino?” Na verdade, porém, o que queriam dizer talvez fosse: “Quando virá o nosso reino? Cada um de nós quer um dos ministérios. Todos queremos assistir de camarote à destruição dos romanos.” As expectativas do Mestre e dos discípulos não poderiam estar mais desalinhadas.
Seria essa a promessa de Jesus? Vingança e revanche? O que de mais precioso Ele tem a oferecer aos Seus seguidores? Segurança? Estabilidade? Sustento financeiro? Sentimentos correspondidos? Sinceramente, quais são os pequenos reinos que gostaríamos de ver estabelecidos na Terra? Uma família feliz? Uma carreira de sucesso? Uma conquista acadêmica? Quando você vai à presença de Deus, em geral, o que ocupa sua mente? O que você espera de Deus? Já teve a sensação alguma vez de que sua vida devocional não fazia sentido? Já abriu a Bíblia e se perguntou: “Por que estou fazendo isto se na maioria das vezes não entendo o que leio?” Já dobrou os joelhos, fechou os olhos e foi atingido em cheio pelo sentimento de que aquilo não fazia sentido algum? É por isso que, muitas vezes, deixamos de orar ou de ler a Bíblia.
Será que esse vazio que sentimos em muitas cenas de nossas rotinas espirituais não é causado por expectativas erradas que alimentamos? Às vezes, tento imaginar a expressão do rosto de Jesus quando ouviu a pergunta do texto de hoje.
Quanta paciência com os discípulos do passado e também com os de hoje! Peça agora a Ele: “Senhor, restaura em minha vida os valores do Teu reino. Que eu seja manso, puro e bom como Tu és. Que todos que entrarem em contato comigo hoje sintam a brisa da Tua presença. Amém.”