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Suas mãos cansadas apagam as luzes do quarto, e a escuridão de seu peito invade todos os espaços abertos pela ausência e pela dor.
Os dois garotos dormem abraçados na cama do casal, e o pai se derrama sobre a poltrona ao lado. Foi o seu dia mais longo.
Uma doença grave roubou a esposa do jovem marido e dos filhos pequenos.
Instigados pelo silêncio, os pensamentos vão longe à procura de respostas e sentido para o restante de seus dias. Deus? Passa de certeza a hipótese, entre uma lágrima e outra. As horas passam devagar, e, à meia-noite, uma pergunta sai dos lábios do garoto menor, que acorda assustado: “Pai, você está aí?” O pai responde rapidamente: “Sim, filho. Eu estou aqui com você!” Mais aliviado, o menino continua: “É que eu não consigo vero senhor.” O pai sentiu um frio na espinha. Era como se, de seus próprios lábios, tivesse ouvido a resposta que buscava do Céu. Em sua hora mais assustadora, assediado pelo medo e pela incerteza, com o peito ainda sangrando, junta o que sobrou de sua fé em uma pequena oração: “Pai, o Senhor está aí? É que está tudo tão escuro que eu não consigo vê-Lo.” Talvez seja essa sua oração hoje.
Um amigo querido me disse, tempos atrás, algo que me marcou: “Quando tudo parece escuro talvez seja porque estamos debaixo da sombra das mãos protetoras de Deus.” Quem nunca viveu dias difíceis? Quem nunca perdeu alguém que amava? A cadeira vazia na mesa de jantar, o cheiro das roupas, uma foto na tela de descanso do celular, a voz insistente na memória, tantas histórias. Morre um pouco de nós a cada despedida.
Mas, nos momentos mais escuros da vida, somos guardados à sombra da onipotência. Não há uma lágrima humana que não salgue também os lábios divinos.
Jesus mesmo disse que neste mundo viveríamos dias complicados e sem luz. Ele também experimentou despedida, luto e solidão.
Mas venceu e promete vitória. A melhor resposta que oferece ao nosso sofrimento é Ele mesmo. Ele é Emanuel. É Deus conosco. É Deus presente.
É Deus ao lado atravessando os dias maus.
Ele está com você hoje também.
Não falta muito, e nossos olhos O verão.